segunda-feira, 4 de abril de 2011


 Nietzsche tem um aforismo enigmático: “É fácil perdoar o que você fez comigo. Mas como posso perdoar o que você fez com você mesmo?” O que você fez comigo pertence ao campo moral: um ato que me magoou. Esse ato eu posso perdoar, esquecer, foi um acidente. Mas, ainda que você nada tenha feito que me cause mágoa, como posso fazer de contas que a sua essência não é o que ela é? Se eu vi a sua feiúra, como posso esquecer dela? 
O horrendo, visto, é inesquecível.
O que você me fez eu tenho o poder de perdoar. 
Mas, o que você fez com você mesmo, eu não tenho formas de perdoar porque você vai continuar a ser o que você é.


Um comentário: